segunda-feira, 30 de maio de 2011

Impacto Regulatório: Anvisa aprova primeira norma com análise de custo-efetividade


Norma sobre Bancos de Células e Tecidos Germinativos foi publicada hoje no Diário Oficial da União

A Anvisa publicou hoje (30/5) a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC 23, de 27 de maio de 2011, nova norma da agencia sobre o funcionamento dos Bancos de Células e Tecidos Germinativos (BCTG). A resolução, aprovada em Reunião Pública da Diretoria no último dia 26, é a primeira adotada após a elaboração de estudos de análise de impacto regulatório (AIR).

A análise de impacto é realizada por meio da elaboração de relatório preliminar e se constitui como estratégia de implantação do Programa de Melhoria do Processo de Regulamentação da Anvisa (Portaria n.º 422, de 15 de abril de 2008). Trata-se de uma análise simplificada do problema regulatório, e possui o objetivo de identificar os impactos potenciais de uma proposta segundo critérios previamente estabelecidos.

Segundo o Reltório Preliminar, a triagem é baseada em análise multicritério, também conhecida como método de análise hierárquica, que corresponde a um método simples e confiável que busca auxiliar os tomadores de decisão na escolha da melhor alternativa regulatória possível para o problema ou situação. A partir de dados qualitativos ou quantitativos mensuráveis, sejam eles tangíveis ou intangíveis, é possível identificar impactos regulatórios considerados significativos que, por vezes, demandando o aprofundamento da análise e eventuais ajustes ou medidas mitigadoras. O objetivo é contribuir para a efetividade da atuação regulatória e viabilizar o alcance dos objetivos pretendidos (ver quadro).



De acordo com o Relatório Preliminar sobre a proposta de norma de BCTG, agora editada como RDC, “não foram identificados impactos potenciais negativos significativos, destacando-se apenas o impacto operacional (moderado) devido aos custos e dificuldades relacionadas com a execução e a implantação da proposta, sobretudo por envolver outros órgãos estaduais e municipais por se tratar de competência descentralizada no âmbito do SNVS”.

A Anvisa é pioneira entre as agências reguladoras na estruturação de Programa de Boas Práticas. O Programa é conduzido pela Unidade Técnica de Regulação, área responsável na Anvisa pela agenda regulatória e pelos estudos de análise do impacto regulatório como instrumentos de melhoria da governança regulatória.


Leia mais:

· Notícia do Portal da Anvisa;
· Íntegra da Análise de Impacto Preliminar (AIR) Nível 2;
· Apresentação sobre a AIR realizada durante a Reunião Publica da Diretoria da Anvisa.
· Artigo Regulação mais eficiente e menos invasiva, por Alexandre S. de Aragão, jornal Valor Econômico (24/3/2011)
· Artigo Análise do impacto regulatório no Brasil, por Pedro Ivo Sebba Ramalho, jornal Valor Econômico (19/03/2010);
· Artigo A mão visível, por Pedro Ivo Sebba Ramalho, jornal O Globo (28/11/2009)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Equipamentos médicos: Anvisa lança compêndio com legislação

Anvisa, 24 de maio de 2011

Orientar os fabricantes com relação às normas para a produção e comercialização de equipamentos e materiais médico-hospitalares. Esse é o objetivo do Compêndio da Legislação Sanitária de Dispositivos Médicos, lançado durante a 18ª edição da Feira Hospitalar, em São Paulo (SP), nesta terça-feira (24/5).

A publicação, que reúne toda a regulamentação sanitária para o setor, é resultado de uma parceria entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).


Na ocasião, também foi assinado o Regimento Interno do Acordo de Cooperação entre as instituições, firmado em 2010, com o objetivo de fortalecer atividades ligadas ao desenvolvimento industrial do país.

Clique aqui e acesse a publicação.

Política de Saúde do Trabalhador em consulta pública

Do Portal Saúde, 24/05/2011 , às 13h03

Ministério recebe sugestões para a política de promoção da saúde do trabalhador do SUS



Interessados podem enviar contribuições até 20 de julho. As sugestões serão usadas na definição das diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do Sistema Único de Saúde


O Ministério da Saúde lança a Consulta Pública n° 3/2011, com o objetivo colher sugestões para a elaboração das diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS. Qualquer pessoa ou organização interessada pode enviar contribuições ao texto, por meio de carta, telefone ou pela página de consultas do Ministério (Saiba mais abaixo, em ENVIE SUA SUGESTÃO)

Guilherme Franco Netto, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (DSAST/SVS/MS), ressalta que o envio de sugestões por parte dos diversos setores da sociedade é essencial para a definição das diretrizes.

“A participação de trabalhadores da saúde, dos usuários, dos gestores, dos prestadores de serviços e da sociedade em geral é fundamental para a elaboração da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS. É essa participação que torna possível compreender e atender as necessidades e anseios reais da classe trabalhadora”, explica.

O objetivo da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS é promover melhorias nas condições de saúde do trabalho no setor, por meio do controle dos fatores de risco e da facilitação do acesso, por parte dos trabalhadores, aos serviços de atenção integral à saúde.

Entre as diretrizes já estabelecidas no documento estão promoção de políticas intersetoriais para a melhoria da qualidade de vida e redução da vulnerabilidade e riscos no ambiente de trabalho do SUS, promoção de processos de educação permanentes nos estabelecimentos de saúde, e incentivo ao desenvolvimento de pesquisas na área de Saúde do Trabalhador voltadas para o ambiente de trabalho no setor de saúde.
Acesse o documento em consulta: página 1 - página 2

ENVIE SUA SUGESTÃO

Por carta
Endereçada para Ministério da Saúde, Esplanada dos Ministérios, Bloco G, 7º andar, sala 751, Brasília-DF, CEP 70.058-900, com a indicação “Sugestões à minuta de portaria que institui as Diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do Sistema Único de Saúde”.

Por correio eletrônico
Para o endereço comitestsus@saude.gov.br, com a indicação “Sugestões à minuta de portaria que institui as Diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do Sistema Único de Saúde”.

Pelo site do Ministério da Saúde
Acesse http://www.saude.gov.br/consultapublica. Clique em Escolha da consulta, no topo da página. Depois, clique no botão Contribuir. Em seguida, será necessário fazer um cadastro no sistema de consultas. Feito isso, é só escolher a consulta com a descrição “Minuta de portaria que institui no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS as Diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS”, e digitar a sugestão.


Informações para a imprensa:
(61) 3315-3580/ 6258

Idosos: IPEA avalia instituições de longa permanência


Comunicado do Ipea avalia instituições para idosos

IPEA, 23/05/2011 16:26


   
Estudo foi lançado nesta terça, 24, no Rio de Janeiro.



O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta terça-feira, dia 24,  às 10h, o Comunicado do Ipea nº 93, Condições de funcionamento e infraestrutura das instituições de longa permanência para idosos no Brasil. O estudo será apresentado pela técnica de Planejamento e Pesquisa Ana Amélia Camarano, na representação do Instituto no Rio de Janeiro (Avenida Presidente Antônio Carlos, 51, Centro, auditório do 10° andar).

A pesquisa tem como objetivo analisar as condições de funcionamento dessas instituições, buscando inferir se estão preparadas para atender a demanda por cuidado ao idoso no Brasil. O trabalho também levanta informações para o cálculo dos indicadores das condições de funcionamento, de infraestrutura, de custos das instituições de longa permanência brasileiras, bem como dos recursos com que contam, tais como financiamentos públicos, subsídios e parcerias.

Leia mais:
Confira a íntegra do Comunicado do Ipea n° 93, “Infraestrutura Social e Urbana no Brasil: subsídios para uma agenda de pesquisa e formulação de políticas públicas”

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Balança comercial: MDIC divulga superávit


Terceira semana de maio registra superávit de US$ 286 milhões

MDIC, 23/05/2011





Brasília (23 de maio) – Nos cinco dias úteis (16 a 22) da terceira semana de maio, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 286 milhões, com média diária de US$ 57,2 milhões. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) alcançou o volume de US$ 10,132 bilhões, com média de US$ 2,026 bilhões por dia útil.

As exportações, no período, foram de US$ 5,209 bilhões, com média diária de US$ 1,041 bilhão. Este valor está 5,8% abaixo da média registrada até a segunda semana de maio (US$ 1,106 bilhão). Houve retração nas vendas de produtos semimanufaturados (-26,4%) e básicos (-3,8%), enquanto que cresceram os embarques de manufaturados (1,6%).

Já as importações, na terceira semana de maio, chegaram a US$ 4,923 bilhões, com um resultado médio diário de US$ 984,6 milhões. Este resultado é 14,5% maior que a média aferida até a segunda semana do mês (US$ 859,6 milhões), com crescimento nos gastos de combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, veículos automóveis e partes, borracha e obras, e cobre e suas obras.

Leia a íntegra da matéria.


Nota do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior


BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA
MÊS DE MAIO 3º SEMANA - 2011


• RESULTADOS GERAIS

Na 3ª semana de maio de 2011, a balança comercial apresentou exportações de US$ 5,209 bilhões e importações de US$ 4,923 bilhões, resultando em superávit de US$ 286 milhões. No mês, as exportações alcançaram US$ 16,265 bilhões, e as importações US$ 13,519 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,746 bilhões. No ano, as exportações somam US$ 87,670 bilhões, as importações, U$S 79,895 bilhões, com saldo positivo de US$ 7,775 bilhões.


Clique aqui e leia íntegra da Nota do MDIC.


Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
(61) 2027-7190 (61) 2027-7190 e 2027-7198
André Diniz
andre.diniz@mdic.gov.br

 

IPEA: Desenvolvimento é tema de seminário

O Seminário "Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas" acontecerá no próximo dia 24/5, no Auditório do Ipea, em Brasília.

Confira abaixo a programação.

Agenda política da semana


Cobertura política, eleitoral, pesquisas e notícias do poder
Publicado às 22h38 - 22/05/2011


Poder e política na semana
23 a 29.mai.2011

O caso do aumento de patrimônio de Antonio Palocci deve continuar a fazer a alegria da oposição. Mas o governo resiste a uma investigação. O ministro prometeu encaminhar esclarecimentos para a Procuradoria Geral da República ao longo da semana.

A oposição tentará recolher assinaturas para instalar uma CPI para investigar Palocci. Tarefa inglória. Os governistas tem ampla maioria.

A presidente Dilma Rousseff, depois de semanas com agenda reduzida para se recuperar de uma pneumonia, começa a semana com 3 compromissos oficiais marcados, para o Planalto: audiências separadas com o vice, Michel Temer, e com os ministros Mário Negromonte (Cidades) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social).

Na Câmara, nova tentativa de votar o Código Florestal, já na 3ª feira de manhã.

No Senado, se as MPs trancando a pauta permitirem, pode finalmente ser votado o projeto de Lei de Direito de Acesso a Informações Públicas.

Clique aqui para ler o “drive político” da semana.


 

Da Folha: "Acordo para o desenvolvimento" [artigo de Bresser-Pereira]


Acordo para o desenvolvimento

Luiz Carlos Bresser-Pereira
Folha de S.Paulo, 22.05.2011


"Uma nação só é forte quando obtém acordo entre empresários, servidores e trabalhadores."


Há sinais de que está se formando no Brasil uma coalizão política desenvolvimentista constituída por empresários industriais, trabalhadores e profissionais do setor público. Um acordo político dessa natureza é fundamental para o desenvolvimento econômico, porque este implica sempre a transferência de mão de obra para setores com valor adicionado per capita cada vez maior. 


Leia a íntegra do artigo de Bresser-Pereira publicado na Folha clicando aqui.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Planos de saúde serão reajustados

Reajuste de planos de saúde

 
18/05/2011
 
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) submeteu ao Ministério da Fazenda, em 6/04/2011, o índice máximo que será autorizado às operadoras de planos de saúde para reajuste dos planos individuais/familiares novos, ou seja, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98.

Tão logo a  Agência receba o aval do Ministério da Fazenda, será divulgado o percentual a ser aplicado entre maio/2011 e abril/2012.

As operadoras que já enviaram suas solicitações à ANS, que atenderam a todos os requisitos previstos na Resolução Normativa nº 171/08 e que não tiveram os seus pedidos indeferidos, devem aguardar a divulgação do índice no DOU para receber o ofício de autorização da Agência.

Aquelas que ainda não encaminharam a solicitação para autorização do reajuste à ANS, ou que tiveram pedidos indeferidos, devem cumprir as exigências estabelecidas no art. 5º da RN nº 171/08 e encaminhar a solicitação o quanto antes.

A ANS ressalta que qualquer reajuste por variação anual de custo aplicado aos planos individuais - sem sua autorização - sujeita a operadora às penalidades previstas no art. 58 da Resolução Normativa nº 124, de 30/03/06.

As operadoras podem consultar o Disque-ANS (0800 701 9656) para obter informações sobre o andamento da análise das solicitações.


Fonte: ANS

OMS ouve Ministro da Saúde


Padilha discursa na Assembléia da OMS e defende o acesso à saúde para erradicar a miséria

Agência Saúde
16/05/2011 , às 13h49

 


Ministro da Saúde reforça o compromisso brasileiro com a redução das doenças crônicas e enfatiza importância da saúde para erradicar a miséria

















Em seu discurso na 64ª Assembléia Mundial de Saúde na manhã desta segunda-feira (16), em Genebra, Suíça, o ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, colocou o acesso à saúde como um dos pilares do governo brasileiro para o desenvolvimento do país e a erradicação da extrema pobreza. Padilha reforçou o compromisso do Brasil em fortalecer a política de prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis, que atingem com mais vigor as populações pobres e são responsáveis por 72% dos óbitos no país.

“Nosso pacto mundial contra as doenças crônicas não transmissíveis deve incluir, necessariamente, equidade no acesso a prevenção e a tratamento”, afirmou Alexandre Padilha, que destacou a experiência brasileira e mundial na luta contra as doenças negligenciadas. “Não podemos esquecer as lições aprendidas e inaugurar uma era de pessoas que sofrem com doenças que dispomos de conhecimento para enfrentá-las.”

A redução das doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, é o tema central da 64ª Assembléia Mundial de Saúde. O encontro reúne ministros da Saúde ou representantes do setor de 193 países, e segue até o dia 24 de maio.

O ministro Alexandre Padilha destacou, ainda, a importância da indústria dos genéricos, que ajudaram a ampliar o acesso a medicamentos nos países em desenvolvimento; e a necessidade da adoção de mecanismos intergovernamentais para o enfrentamento das pandemias de Influenza. Segundo ele, o reforço da interface entre a política externa e de saúde global, a exemplo do enfrentamento da pandemia da influenza A H1N1, é fundamental, mas ainda é preciso avançar no estabelecimento de ações conjuntas entre os governos.

DOENÇAS CRÔNICAS – O Brasil será sede de um importante encontro para o avanço das discussões para a redução de doenças crônicas, entre outros problemas de saúde que atingem parcelas mais pobres ou excluídas da sociedade: a Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais de Saúde, que será realizada no Rio de Janeiro em outubro.

O Ministério da Saúde do Brasil prepara um plano para o enfrentamento das doenças crônicas. Neste ano, já foram implantadas medidas como a oferta gratuita de medicamentos para tratamento de hipertensão e diabetes nas farmácias credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Popular e a criação das Academias da Saúde, que ofertarão infraestrutura para prática de atividades físicas.

Também nesta frente, foi fechado acordo com as associações de produtores de alimentos processados para redução gradual de sódio em 16 categorias de alimentos, começando pelas massas instantâneas, pães e bisnaguinhas. Com a medida, o Brasil quer alcançar a meta de consumo de sal estipulada pela OMS até 2020 – que é de menos de 5 gramas por dia.

ESTRATÉGIAS GLOBAIS - As DCNTs são responsáveis por uma série de agravos na população mundial, como infarto e acidentes vasculares cerebrais. Na Assembléia Mundial de Saúde, Padilha colocou a troca de experiência entre os países como uma forma de avançar nas políticas nacionais e, sobretudo, nas políticas globais. O Brasil, por exemplo, vive uma epidemia de acidentes com moto e anunciou, na semana passada, um pacto nacional para redução de acidentes no trânsito. “O mundo precisa reforçar a educação no trânsito e melhorar o amparo das leis”, destacou.

A definição de estratégias globais representou avanços no Brasil. Segundo o ministro, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, traçados pela ONU, ajudaram na definição de prioridades no país e resultou em avanços na saúde da mulher e da criança.

De acordo com o ministro Alexandre Padilha, para que o acesso à saúde seja universal, é preciso ainda avançar nas discussões em três importantes esferas: financiamento, incorporação de tecnologia e acesso a medicamentos. “O Brasil defende o acesso universal à saúde, e acolhe as diferentes soluções com o intuito de defender e promover os sistemas universais de saúde”, disse.

Confira a íntegra do discurso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na Assembléia Mundial da Saúde.

Por Camila Rabelo, da Agência Saúde

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Do Estadão: medicamentos no Brics

Ministros da Saúde do Brics selam coalizão
18 de maio de 2011 | 0h 00

O Estado de S.Paulo
Jamil Chade







Brasil, Rússia, Índia e China formaram uma coalizão para pressionar países ricos por maior acesso a remédios para as populações mais pobres, por uma reforma da OMS e pelo acesso a tecnologia de ponta para garantir uma produção local de medicamentos. A coalizão foi anunciada ontem em Genebra pelos ministros da Saúde dos quatro países do Brics (bloco de emergentes que conta também com a África do Sul).

A primeira reunião ministerial ocorrerá na China, em junho. O ministro brasileiro, Alexandre Padilha, diz que o objetivo do grupo é retomar o controle da agenda internacional de saúde. Ele insiste que o combate a remédios falsos não pode ser confundido com a expansão do setor de genéricos.

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110518/not_imp720627,0.php

terça-feira, 17 de maio de 2011

Do Estadão: fármacos e medicamentos triplicam déficit


Déficit do governo no setor de remédios triplica; indústria do País terá regalias

Mesmo com política de incentivo, incluindo quebra de patentes e agilidade no registro de genéricos, prejuízo do governo saltou para US$ 10 bilhões em 8 anos

17 de maio de 2011 | 0h 00
O Estado de S.Paulo

Jamil Chade
CORRESPONDENTE / GENEBRA

Apesar de o governo ter adotado políticas de incentivo ao setor industrial para estimular a produção farmacêutica nacional e ameaçado quebrar patentes, o déficit comercial da área de saúde com remédios e equipamentos triplicou nos oito anos de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atingindo US$ 10 bilhões.

Para reverter o quadro, o governo de Dilma Rousseff prepara medidas que deverão proteger a indústria nacional da concorrência estrangeira.

Leia íntegra da matéria.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Patentes de medicamentos: STJ julga pedidos de prorrogação

Possibilidade de prorrogação de patentes é objeto de julgamentos no STJ e tema do programa de TV

16/05/2011 - 14h50
STJ - MÍDIAS

Assista a matéria do STJ Cidadão com depoimento do diretor-presidente da Anvisa.

O número de registro de patentes no Brasil atingiu a marca recorde de 30 mil em 2010. De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o dado tem reflexos positivos na economia. E é sinal de que investir em inovação no país é um negócio cada vez melhor. O STJ Cidadão desta semana mostra brasileiros criativos, cujas invenções podem gerar lucro aos autores e melhorar a rotina de outros setores produtivos.

Para garantir a exclusividade na exploração comercial, é preciso patentear a invenção. Mas existe um prazo para que a descoberta caia em domínio público. E muitas empresas vem tentando estender o privilégio. O Superior Tribunal de Justiça já analisou inúmeros processos de fabricantes de medicamentos que buscam ampliar a validade das patentes no Brasil. A reportagem especial produzida pela Coordenadoria de TV revela qual tem sido a resposta do STJ a esses pedidos.

O programa também explica o que é o dano moral indireto. Tribunais de todo país vem reconhecendo essa nova modalidade de reparação e concedendo indenizações a pessoas que possuíam fortes vínculos afetivos com vítimas de assassinatos.

A edição traz também uma matéria sobre a aposentadoria dos trabalhadores que asseguraram o sustento enfrentando riscos. O benefício pode ser antecipado, inclusive, para quem se expôs a agentes nocivos por períodos curtos e intercalados. Um julgamento recente no STJ possibilitou a um trabalhador contar o tempo de serviço especial, mesmo após as reformas da Previdência de 1998.

Fonte: Superior Tribunal de Justiça (STJ) – Coordenadoria de Editoria e Imprensa

sábado, 14 de maio de 2011

Leia o excelente artigo “Agenda responsável”, de Fausto Pereira dos Santos*



14/5/2011




Agenda responsável

Fausto Pereira dos Santos*




Situação da área, com articulação ineficiente entre os setores privado e público, revela a necessidade de conformar um Sistema Nacional de Saúde no Brasil


 




 
O sistema de saúde brasileiro historicamente conta com a participação majoritária do setor privado, inicialmente com as Santas Casas, e a prática médica liberal. Só no século 20 tivemos o Estado no financiamento e organização da assistência médica. Inicialmente como seguro social vinculado ao mundo do trabalho, na Constituição de 1988 foi instituído como sistema universal e de responsabilidade do Estado. Paradoxalmente, esta mudança não foi acompanhada por uma proposta de financiamento correspondente nem por uma política de regulação do setor privado que definisse suas responsabilidades no sistema de saúde. A Lei 8.080/90, Lei Orgânica da Saúde, não trata do setor privado. Assim não se conformou no país um sistema nacional, mas o Sistema Único de Saúde, o SUS, que, apesar do nome, refere-se somente ao sistema público com sua rede privada contratada complementarmente.

A falta de definição de um arranjo institucional público e privado possibilitou o crescimento de um setor privado forte econômica e politicamente, desarticulado e concorrente com o setor público. Por outro lado, a ausência de um financiamento estável, combinado com um arranjo institucional complexo e com problemas de gestão, conformou um sistema público com notáveis avanços, mas com lacunas na sua operacionalização. Os inegáveis avanços na inclusão gerada pela implantação do SUS, mesmo que ainda parcial, e os resultados concretos nos indicadores de saúde acabam diminuídos pelas críticas ao sistema e a falta de sua defesa pela população brasileira, notadamente os setores médios da sociedade.

O setor saúde representa cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, o maior entre os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), e só menor que os da Argentina e do Uruguai, na América do Sul. Em relação ao chamado mundo desenvolvido, é bem menor do que o do Canadá e o da Austrália. Dos sistemas universais, é um dos que têm menor participação de gasto público na relação do total de gastos em saúde no país. No último dado do Sistema de Contas Nacionais (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a relação foi de 38,8% de gasto público para 60,2% de gasto privado. Se incluíssemos a renúncia fiscal como gasto público, ainda teríamos o gasto majoritariamente privado.

A renúncia fiscal, combinada com o gasto do setor público (três poderes) com o pagamento de serviços de saúde privados para os servidores públicos, acentua a iniquidade do acesso e do financiamento do sistema de saúde. A União, os estados e municípios (Executivos, incluindo as estatais, Judiciários e Legislativos) pagam ou auxiliam no pagamento de planos de saúde para mais de 8 milhões de pessoas. Ainda relacionado ao financiamento, grande parte dos estados não cumpre a Emenda 29, significando menos recursos para o setor público.

O cidadão brasileiro tem três alternativas para acessar o sistema de saúde: a) pelo SUS, em unidades públicas ou contratadas, por exemplo, os hospitais filantrópicos; b) por meio de pagamento direto aos prestadores de saúde privados, sejam hospitais, clínicas ou profissionais liberais; c) pelo sistema de saúde suplementar, contratando assistência à saúde de operadoras de planos de saúde. As formas descritas acima dizem respeito à assistência à saúde. As demais ações de saúde são universais, portanto, utilizadas pela totalidade da população. Portanto, o sistema de saúde brasileiro é formado em grande parte por sistemas paralelos, concorrentes e duplicados. A competição se dá pela rede prestadora, sendo que as melhores estruturas estão, em geral, na saúde suplementar. Os hospitais privados contratados e públicos estatais, em sua maioria, estão defasados tecnologicamente.

Esse arranjo traz algumas consequências: em várias localidades, existe excesso de oferta no setor privado e baixa oferta no setor público, principalmente na média complexidade; o sistema tem apresentado uma iniquidade de acesso aos medicamentos, transplantes e outros procedimentos, já que os pacientes oriundos da saúde suplementar acessam estes serviços mais rapidamente, inclusive no setor público, pois conseguem consultas e exames pré-procedimentos mais rapidamente; a integralidade só ocorre no SUS, o sistema privado não oferta, por exemplo, medicamentos ambulatoriais, excepcionais e a maioria dos transplantes. Temos hoje cerca de 23% da população com planos de saúde. O setor movimentou cerca de R$ 68 bilhões em 2010, mesma ordem de grandeza do orçamento federal. O gasto per capita da saúde suplementar é praticamente três vezes o do SUS.

Apesar dos avanços do SUS como projeto de reforma do Estado, com práticas inéditas, como a transferência fundo a fundo ou os espaços intergestores de pactuação das políticas, a organicidade do sistema não foi atingida com os pactos negociados até hoje (NOB, Noas, Pacto pelo SUS), sem a consequente contratualidade formal entre os gestores das várias esferas. Isto se reflete numa frágil responsabilização dos gestores, tanto na definição dos papéis, quanto no acompanhamento e avaliação das ações. A regulação e o controle por parte dos entes federados ainda são insuficientes e existe possibilidade de transferência de responsabilidade, diferentemente do que ocorre com as outras políticas públicas, como segurança e educação.

Desafios e propostas

Algumas questões devem ser destacadas como problemas na gestão cotidiana do SUS:

·      Gestão de incorporação de tecnologia desordenada e com baixa regulação pública, levando a um aumento de custos do sistema e ampliação da iniquidade alocativa.
·      Insuficiência de estruturação das redes de atenção, locais e regionais, com baixa potência da atenção primária como ordenadora das redes e definidora dos fluxos facilitadores para os usuários.
·      Baixa capacidade gestora sobre os serviços privados contratados e conveniados. Ausência, na maioria dos casos, do comando único previsto na Constituição.
·      Concorrência entre os serviços e forte hegemonia do aparato hospitalar sobre os outros serviços, com grande drenagem de recursos para aquele nível.
·      Sistemas de informação e tecnologias insuficientes para dar conta do acompanhamento da vida sanitária dos usuários.
·      Oferta insuficiente de inúmeros procedimentos, comprometendo os princípios da universalidade e integralidade.
·      As ações de promoção à saúde e prevenção de agravos não ocupam um papel central e são poucas as experiências concretas de articulação intersetorial com outras políticas públicas.

Algumas proposições para enfrentar esses desafios:
·       Regulamentação da Emenda 29 em um formato que agregue novos recursos ao sistema na esfera federal e que obrigue o seu cumprimento pelos estados, com a definição de gastos com saúde.
·       Definição dos papéis do público e privado, conformando, assim, o Sistema de Saúde Brasileiro. Algumas iniciativas poderiam iniciar o rompimento com a atual segmentação dos sistemas:
·       Organização de um sistema nacional de transplantes, que hoje já conta com fila única, totalmente público e financiado pelo setor público e privado.
·       Organização de um sistema de urgência e emergência, inclusive pré-hospitalar, com financiamento e regulação pública e privada.
·       Reordenamento da regulação do funcionamento das redes da saúde suplementar com garantia de acesso e redefinição dos papéis em relação ao setor público, a partir da elaboração de um plano de saúde para os sistemas locais e regionais, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, com alto percentual de cobertura de planos privados de assistência à saúde. Esta articulação se daria nas redes de especialidades, de urgência e de temas como a assistência obstétrica e neonatal, crianças, idosos, saúde mental, apoio diagnóstico e terapêutico.
·       Encontrar formas para superar o engessamento legal das gestões. Importante destacar que o provimento dos principais sistemas universais do mundo se dá por meio de arranjos públicos e privados. Por isso, as experiências de parcerias público-privadas (PPP), fundações estatais de direito privado e empresas públicas devem ser agregadas ao mosaico de possibilidades de gestão das organizações mais complexas do setor público de saúde.
·       Ampliação de programas de promoção à saúde e prevenção de agravos de relevância e impacto na saúde pública, com integração com outros setores e políticas públicas como educação, assistência, cultura, abastecimento, trânsito, transporte, saneamento, habitação etc.
·       Fortalecimento da atenção primária como centro das redes de atenção, com a definição de uma política para fixação, remuneração e contratualização de responsabilidades das equipes e da população referenciada, com seguimento de protocolos e gerenciamento de casos crônicos e de condições de risco.
·       Redefinição da rede hospitalar brasileira, com contratualização das unidades e definição de seu papel nas redes. Elaboração de um projeto de modernização tecnológica, de gestão e de sustentabilidade financeira do custeio da rede hospitalar, considerando a sua dupla vinculação, setor público e privado, com a ampliação de leitos de retaguarda para as portas de entrada das urgências, especialmente de terapia intensiva e clínica médica.
·       Estruturação de projeto para as filas de procedimentos eletivos ambulatoriais e hospitalares, com financiamento específico. Eleição de procedimentos que teriam tempos máximos de realização em todo o sistema nacional, como biopsia de próstata, biopsia de mama, ultrassonografia, cirurgias eletivas, etc.
·       Redimensionamento dos programas de controle das doenças de alto impacto sanitário, emergentes ou negligenciadas, como dengue, malária, tuberculose, hanseníase, Aids.
·       Reestruturação do aparato formador de recursos humanos para a saúde, incluindo a formação técnica, graduação e pós-graduação, otimizando os recursos já alocados e regulando as profissões da saúde de acordo com as necessidades do sistema de saúde.
·       Articulação de uma política nacional de assistência farmacêutica, com a junção dos esforços e recursos hoje alocados na assistência do SUS (lista básica de medicamentos, farmácia popular, papéis regulatórios da Anvisa e Câmara de Medicamentos). Inclusão nesta política dos imunobiológicos e hemoderivados, na busca da autossuficiência nacional e independência tecnológica.
·       Ampliação das transferências fundo a fundo em contas únicas e baseados em contratos de ação pública para a organização dos sistemas locais e regionais.
·       Reavaliação dos mecanismos de transparência, participação popular e controle público das ações do sistema de saúde, ampliando os mecanismos de controle social.

A definição dos papéis do setor público e do setor privado de saúde na conformação de um Sistema Nacional de Saúde é uma agenda que se impõe para que possamos discutir integralmente a saúde que queremos dispor aos brasileiros e de que maneira vamos financiá-la.

*Fausto Pereira dos Santos é médico sanitarista, doutor em saúde coletiva pela Unicamp, ex-diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e ex-secretário municipal adjunto de Saúde de Belo Horizonte.